A Comissão Política do PSD lamenta profundamente a falta de sensibilidade social manifestada pelo Sr. Presidente da Assembleia Municipal ao não aceitar incluir na ordem do dia da última sessão deste órgão uma proposta da bancada social-democrata que defendia um alívio da sobrecarga fiscal.Tendo em conta a degradação da situação financeira, económica e social registada nos últimos tempos, o PSD propunha que a Derrama, um imposto lançado pelo actual Executivo, fosse abolida, “tendo em vista aliviar a sobrecarga fiscal do nosso tecido empresarial e proporcionar-lhe condições de competitividade, pelo menos idênticas às dos concelhos vizinhos”.
Propunha ainda que a Câmara Municipal não cobrasse “qualquer percentagem da taxa variável de IRS, concedendo aos munícipes a redução de 5% da taxa do referido imposto, como forma de ajudar um pouco as famílias a enfrentar a actual crise” e contribuir “para a fixação das pessoas, mediante a oferta de condições fiscais atractivas”.
Ao agarrar-se a um aspecto processual para recusar a proposta, argumentando que o pedido deveria ter sido apresentado com uma antecedência mínima de oito dias úteis sobre a data da reunião, o Sr. Presidente mostrou uma preocupante indiferença face às graves dificuldades que afligem as nossas famílias e empresas, para além de revelar uma lamentável falta de boa vontade.
De facto, com esta atitude, não só foi ao arrepio do que tem sido uma prática corrente aplaudida por todas as bancadas, como deu cobertura a uma situação paradoxal, pois exigiu que o pedido desse entrada com oito dias de antecedência, ao mesmo tempo que convocou a sessão extraordinária da Assembleia apenas com uma semana de antecedência sobre a data da sua realização.
PSD defende
alívio da sobrecarga fiscal
O mais grave, porém, é que, deste modo, foi silenciada a preocupação do PSD face à “grave crise económica e social que afecta todo o país, com implicações muito negativas no tecido empresarial que, de dia para dia, sente cada vez mais dificuldades em sobreviver num quadro tão adverso”.
E o mesmo se diga das “dificuldades que afligem as famílias, a braços com um orçamento cada vez mais escasso para garantir uma vida com dignidade e fazer face às necessidades mais elementares do dia-a-dia, nomeadamente os encargos ao nível da alimentação, habitação, saúde, vestuário e educação”.
Nos considerandos da proposta, a bancada municipal do PSD afirmava ainda “que é do mais elementar bom senso reconhecer que este quadro sombrio se agravou significativamente nos últimos tempos e que, segundo os especialistas, a situação vai registar, no futuro, uma degradação ainda maior, adensando-se o fantasma – caso não sejam tomadas medidas a tempo e horas – da ruptura de muitas empresas, do aumento das taxas de desemprego e do agravamento dos problemas sociais”.
Daí que – acrescentava – “compete aos responsáveis políticos saber interpretar, com lucidez e sensibilidade social, os sinais oriundos dos mais diversos sectores da nossa sociedade e perceber as exigências e os desafios que a actual conjuntura coloca”.
A terminar, o documento recordava que, “em situações de crise, todos têm a obrigação cívica de compartilhar as dificuldades, pelo que a Autarquia também deverá dar o exemplo, prescindindo de algumas das suas receitas” em favor das famílias e das empresas que estão a atravessar uma situação altamente penosa.
Dada a gravidade da situação, o PSD garante que vai continuar a bater-se por esta causa, porque mais do que preocupar-se em angariar receitas a qualquer preço a maioria socialista tem de começar a mostrar alguma sensibilidade social e de implementar uma política de desenvolvimento que reforce a nossa competitividade e melhore as condições de vida de todos os munícipes.
Aliás, o Orçamento da Câmara Municipal para 2009 deveria já ter em devida conta a abolição da Derrama e a concessão aos munícipes de 5% da taxa de IRS, evidenciando-se, assim, com toda a clareza, que a austeridade e o rigor são princípios a preservar por todos.